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Circular Expo Pará de Minas 2018
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1ª Exposição do Fila Brasileiro do CAFIB em Pará de Minas (MG)
A função de cronista dos eventos promovidos pelo CAFIB às vezes leva a dúvidas sobre registrar ou não determinadas informações que supomos já bastante conhecidas dos aficionados do Fila e, por isso, podem parecer desnecessárias por serem óbvias. No entanto, a experiência ensina que não se deve subestimar o desconhecimento e a desinformação. Neste mais recente evento que promovemos, no dia 21 de outubro de 2018 – a 1ª Análise de Fenótipo e Temperamento, seguida pela 1ª Exposição do Fila Brasileiro do CAFIB em Pará de Minas (MG) –, surpreendeu-nos, a todos, juízes e diretores, que conversávamos com os criadores e expositores locais, a pergunta feita por um dos mais interessados integrantes daquele grupo. Era um jovem que, sem qualquer constrangimento, candidamente indagou: “Desculpem, mas quem é esse tal de Paulo Santos Cruz?” É como se um criador germânico de Pastores Alemães perguntasse quem foi o Capitão Max von Stephanitz; ou como se um criador argentino de cavalos Crioulos, nunca tivesse ouvido o nome de Emílio Solanet (aliás, a história da formação dessa raça equina e de sua seleção por Solanet, em seu lendário “criadero” El Cardal, tem muitas analogias com o trabalho conduzido por Santos Cruz em seu também lendário canil Parnapuan); ou, ainda, como se um jovem atleta, com intenção de vir a se tornar jogador profissional de futebol indagasse: “Desculpem, mas quem é esse tal de Pelé?”
Voltando à Análise e Exposição, como de praxe, iniciamos o texto com algumas informações sobre o local. A história de Pará de Minas, município a cerca de 90 km a oeste da capital do estado, Belo Horizonte, começa na segunda metade do século XVII quando naquele local se estabeleceu um ponto de parada para os bandeirantes que por ali transitavam em busca de ouro e pedras preciosas, principalmente nas cidades hoje históricas de Pitangui e Onça de Pitangui, por onde, navegando pelo Rio Pará, passaram as bandeiras de Fernão Dias Pais Leme e de Borba Gato, que ali instalaram sesmarias. Atualmente, as galerias dessas minas desativadas constituem importante atração turística em uma região que continua, até hoje, constantemente percorrida por caçadores de tesouros, munidos de detectores de metais, esperançosos de encontrar um tacho lendário, repleto de moedas de ouro, que teria sido enterrado nessa região no século XIX. O início oficial do então arraial foi a inauguração da Capela Nossa Senhora da Piedade, em 1772, erigida por iniciativa do mercador português Manuel Batista – conhecido como Pato Fofo, devido a sua baixa estatura e físico balofo –, que já tinha construído a primeira casa da região, hoje transformada em Museu Histórico, Documental, Fotográfico e de Som. O antigo distrito, por isso chamado de Arraial do Patafofo, ou de Arraial do Patafufo, subordinado ao município de Pitangui, transformou-se duas vezes em vila, com a denominação de Vila do Pará, que também por duas vezes foi extinta e novamente anexada a Pitangui, até ser finalmente recriada e reinstalada em 1875. Essa denominação, Pará, que significa “rio caudaloso”, foi alterada, em 1921, para Pará de Minas, com objetivo de distinguir a cidade do estado com o mesmo nome.Esse município, que hoje se destaca pela produção de aves e suínos, tem, entre seus principais pontos turísticos, o grande monumento do Cristo Redentor, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal e construído no alto do morro que constitui um mirante de onde se avista a maior parte da cidade. O coração da imagem foi moldado com material proveniente da fundição de diversos utensílios de alumínio, principalmente copos, formas e talheres, doados pela população. O objetivo é simbolizar a presença de todos os moradores de Pará de Minas no coração do Redentor.
Uma das curiosidades da cidade e ter sido a terra natal do jornalista Benedito Valadares Ribeiro (1892 – 1973), influente político na época de Getúlio Vargas e que, depois de ter sido vereador e prefeito de Pará de Minas, foi governador de Minas Gerais e detém o recorde da mais longa permanência nesse cargo, que ocupou por doze anos, de 1933 a 1945, tornando-se conhecido como o Governador Valadares, forma de tratamento pela qual ele exigia ser chamado. Foi ele que deu impulso à carreira do conhecido político paulista Adhemar de Barros, ao indicá-lo a Getúlio para interventor federal em São Paulo. Entre os famosos discípulos e amigos de Valadares também figuram dois nomes que chegaram à Presidência da República: Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek, a quem ele primeiro chamou para ser chefe da Casa Civil do Governo de Minas Gerais e, depois, nomeou prefeito de Belo Horizonte. Benedito Valadares é figura de destaque no folclore político mineiro. Dizem que, quando deputado federal ainda pouco conhecido, ele foi nomeado por Getúlio para interventor de seu “Governo Provisório”, em Minas Gerais, as constantes dúvidas do povo sobre o ocupante do cargo popularizaram a pergunta: “Mas será o Benedito?”. Uma de suas frases célebres era: “Já estou rouco de tanto ouvir”. Muito convencido e vaidoso, o Governador Valadares deixou um livro de memórias contendo seus principais discursos e as explicações de como se deve fazer política em Minas Gerais.
E, por falar em Governador Valadares, neste registro de memórias, não podemos deixar de mencionar que a cidade com esse nome, no norte do estado mineiro, faz parte importante da história do CAFIB. Nossa atuação em Minas Gerais teve sua estreia no dia 17 de maio de 1981, em Juiz de Fora, onde a Análise de Fenótipo e Temperamento fora organizada por Marcos Vilela Vieira, no Campo de Futebol da Fábrica de Papelão e Embalagens Paraibuna. Naquela ocasião, depois de prestar exame teórico e prático, foi aprovado, para integrar nosso quadro de árbitros, o engenheiro químico Luciano Cruz de Oliveira, profundo estudioso de cinofilia, com diversos artigos técnicos publicados no Brasil e no exterior, além de ser também juiz especializado nas raças Rottweiler e Boxer. Depois, o trabalho do CAFIB em Minas Gerais teve continuidade principalmente nas cidades de Teófilo Otoni e Governador Valadares, onde nossas Análises e Exposições eram organizadas, respectivamente, por Antônio Carlos Linhares Borges, do Canil Caramonã, e por Paulo Fernando Soares Angotti, do Canil Ibituruna. Aliás, esse canil, do médico Paulo Angotti, especializado em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, foi o único até hoje a conquistar, num mesmo ano, todos os campeonatos do CAFIB (que, naquele tempo, eram limitados a Campeão Brasileiro, Campeã Brasileira, Criador do Ano e Expositor do Ano). Esse entusiasta da raça fundou, na época, o Clube Valadarense do Fila Brasileiro, filado ao CAFIB, e promoveu, por 19 anos consecutivos, Análises de Fenótipo e Temperamento, seguidas de Exposições em Governador Valadares.
Mais uma vez, retornando à 1ª Análise de Fenótipo e Temperamento e 1ª Exposição do Fila Brasileiro do CAFIB em Pará de Minas, é preciso falar um pouco sobre Jaime Pérez Marhuenda, que veio da Espanha, para julgar essa mostra. Titular do Canil Acaboclado, na cidade de Alicante, Jaime iniciou seu contato conosco, em 1994, por meio de uma carta, com perguntas técnicas sobre a raça Fila Brasileiro, endereçada a Francisco Peltier de Queiroz, então diretor do CAFIB Rio, que a repassou a Américo Cardoso dos Santos Jr., juiz e diretor do CAFIB Brasil. É que Jaime já era um grande entusiasta do Fila e um de seus mais eficientes divulgadores na Europa, escrevendo artigos e notícias sobre a raça na importante revista publicada pelo Club Español de los Molossos de Arena, do qual ele era um dos diretores. Em sua consistente carreira cinófila, Jaime Pérez integrou a mais tradicional entidade de seu país: La Real Sociedad Canina de España, fundada em 1911 como Real Sociedad Central de Fomento de las Razas Caninas en España. Ali, durante anos, ele julgou diversas raças, especialmente grandes molossóides. Seu vasto currículo também inclui o julgamento do Mastino Napoletano, na Itália, e do Presa Canário, nas Ilhas Canárias, onde chegou a se deparar com mais de 100 exemplares em pista. Depois, Jaime veio diversas vezes ao Brasil, tornou-se juiz do CAFIB e nosso representante na Espanha. Lá, ele começou a promover Análises de Fenótipo e Temperamento, seguidas de Exposições, de acordo com os regulamentos do CAFIB Brasil, cujos juízes passaram a ser convidados para conduzir esses eventos. Em seguida, Jaime fundou, em Alicante, o CAFIBE – Club de Amigos del Fila Brasileiro en España, por meio do qual continuou a defender o Fila Brasileiro puro e a divulga-lo ativamente na Europa. Com o tempo, ele foi abrindo mão de seu envolvimento com outras raças e passou a julgar apenas o Fila Brasileiro. Infelizmente, as drásticas leis instituídas no Velho Mundo na virada para o século XXI, em decorrência de um movimento de histeria coletiva que passou a pregar o extermínio sumário de diversas raças de cães de guarda, impôs limites muito restritos à posse de um Fila, principalmente em residências urbanas. Com isso, Jaime, agora, está autorizado a manter um único exemplar da raça, desde que devidamente confinado no canil, proibido, portanto, de ser solto, mesmo no quintal da casa, e precisa submeter-se a visitas periódicas de um fiscal encarregado de se assegurar que a tirânica legislação está sendo impecavelmente cumprida.
Nesta sua mais recente viagem ao Brasil, Jaime trouxe o clã completo: sua mulher, Elvira, seus filhos Adrian, de 20 anos (acompanhado pela Hanah, sua namorada alemã, que estuda em Barcelona), Marco, de 18 anos, e a encantadora Gabriela, de 8 anos. Ele conta que a filha reclamava por ser a única da família que ainda não conhecia o Brasil e que seus dois irmãos se aliaram a ela, fazendo forte pressão para realizar o antigo sonho de conhecer o Pantanal Mato-Grossense. E, de fato, foi por essa região – orientado pelo também juiz do CAFIB Paulo Augusto Monteiro de Moura – que eles começaram a turnê, em que conheceram a belíssima região de Bonito, com seus deslumbrantes rios e cachoeiras de águas cristalinas e suas impressionantes grutas e lagoas, onde as águas são escandalosamente azuis e luminosas. Ao retornar à Espanha, Jaime mandou uma mensagem contando “já ter se reincorporado à vida real”, dizendo que as lembranças que seus filhos levaram daqui “os acompanharão ao longo de suas vidas” e que nós, brasileiros, somos privilegiados por nossas “maravilhas da Natureza e a explosão de fauna e flora, inimagináveis para um europeu”. Maravilhado com esses cursos d’água, de transparência inacreditável devido à alta concentração de calcário, o linguajar do viajante espanhol vai se impregnando de poesia: “Deixar-se levar pelas transparentes águas do Rio da Prata, rodeado por inumeráveis peixes de variados tamanhos e cores é algo que todo ser humano deveria experimentar pelo menos uma vez na vida. É nesse momento que nos sentimos parte da Natureza. Algumas pessoas pensam que o Carnaval Brasileiro é uma explosão de cor insuperável. Errado. É preciso ir a Bonito para contemplar uma cratera dentro da qual voam inúmeros casais de araras. Esse sim é um espetáculo de vida e de cor. ... Quanto ao Pantanal, nos deixou sem palavras. Sem palavras, por sua dimensão e exuberância. Sem palavras, pela hospitalidade de seus habitantes. Sem palavras, pela quantidade de aves, répteis e mamíferos circulando em liberdade. ... Tivemos a sorte de observar o maior e mais esquivo mamífero da fauna sul-americana: a anta (ou tapir). E, por último, tivemos a imensa sorte de contemplar um casal de jaguares em cerimonial de acasalamento. ... Nossa visita ao Mato Grosso do Sul não poderia ter final melhor. Sentimo-nos gratificados e orgulhosos por fazer parte do grupo de privilegiados que conheceram a maravilhosa onça pintada.”
Aproveitamos para reproduzir aqui trecho do editorial publicado no boletim “O Fila” nº 2, de janeiro de 1979 e redigido pelo jornalista Luís Antônio Maciel, também juiz e fundador do CAFIB. É que a capa trazia a fotografia de sertanejos mato-grossenses ao lado de uma onça pintada recém abatida e de um cão da raça Fila Brasileiro que participara da caçada. Maciel tece comentários sobre a rude origem do Fila e conclui:
“...A capa deste número de “O Fila” é, antes de tudo, um documento dessa tradição de luta e valentia do Fila Brasileiro. O exemplar da capa é um animal anônimo (sem pedigree), como muitos ainda existentes no Interior. Vivendo no trabalho rude de fazendas de criação de gado e dando proteção permanente, dia e noite, ao rebanho. Este é o Fila Brasileiro que herdamos e que queremos preservar também nas cidades, com ou sem pedigree, dando proteção integral aos seus donos, dia e noite, com a mesma valentia com que domina um valoroso zebu ou enfrentando a onça, em luta de vida ou de morte. Por este motivo, a foto da capa deve ser entendida como um documento, e nunca como um possível estímulo ao uso do Fila em caçadas indiscriminadas contra as onças e jaguatiricas, animais ameaçados de extinção pela ação predatória do homem. Assim como o Fila deve ser preservado, também esses felinos ameaçados de extinção devem merecer a proteção de todos os brasileiros.”
Hoje, praticamente quatro décadas depois da publicação deste texto, a população de onças pintadas, espécie que até pouco tempo estava fortemente ameaçada de extinção, tem aumentado sensivelmente. É que os pecuaristas pantaneiros costumavam matar as onças de forma sistemática, como se esse extermínio fosse um dever necessário. Ocorre que, nessa região alagada, é muito difícil criar e manejar o gado, atividade que, por isso, não proporciona lucros fáceis. Os fazendeiros perceberam então que adaptar suas propriedades para hospedar turistas estrangeiros e mostrar-lhes esse espetáculo deslumbrante de fauna e flora que os rodeia era bem mais cômodo e rentável, que dedicar-se à bovinocultura, atividade que passou à condição de secundária; e que dá muito mais lucro manter a onça viva, como componente fundamental desse cenário – mesmo que de vez em, quando ela devore algum bezerro –, do que matá-la.
Ainda, como curiosidade, vale lembrar algumas analogias entre o Fila e a Onça (Panthera onça), animais que, historicamente, sempre ocuparam posições adversárias. No início da colonização do Brasil, os povos indígenas travaram seus primeiros contatos com os cachorros, trazidos pelos europeus e que os nativos até então não conheciam; e, por não terem uma palavra adequada para denomina-los, passaram a chamá-los de “ya ‘wuara”, ou “yaguar”, o mesmo nome com que se referiam à onça. Com objetivo de evitar confusões, os jesuítas, para se referir ao felino, criaram o neologismo “jaguaretê”, de “ya’war-e’te”, que pode ser traduzido como “fera verdadeira”. Além disso, os índios também chamavam o jaguar de “acanguçu”, ou “canguçu”, do termo tupi-guarani “a’kãgu’su”, que significa “cabeça grande”, pela junção de “a’kãga” (cabeça) e “u’su” (grande).E, coincidentemente, “cabeçudo” também era uma das antigas denominações que o Fila recebia nos sertões de Minas Gerais.
Continuando o relatório sobre a Exposição de Pará de Minas, o CAFIB agradece e cumprimenta os organizadores pelo excelente trabalho: Wesley Souza Antunes, titular do Canil Caboclo Mineiro (Igaratinga, MG) e Marcus Flávio Vilasboas Moreira, do Canil Guardiães do Caracu (Nova Serrana, MG). Na Análise de Fenótipo e Temperamento que, como de praxe, precedeu a Exposição, atuaram os juízes do CAFIB: Airton Campbell (São Paulo, SP), Américo Cardoso dos Santos Jr. (Vargem Grande Paulista, SP), Fabiano Nunes (Guaratinguetá, SP), Giovani Éder Florêncio de Carvalho (Aparecida,SP), Jonas Tadeu Iacovantuono (Guaratinguetá, SP), Luciano José de Almeida Gavião (Descalvado, SP), Paulo Augusto Monteiro de Moura (Belo Horizonte, MG) e Pedro Carlos Borotti (Porto Ferreira, SP).
Os trabalhos de secretaria foram conduzidos por Mariana Campbell, Cleide Cocito Cardoso dos Santos, Denise Gavião e Elmo Fonseca Lopes. Aliás, Elmo Lopes, do Canil B & L, em Belo Horizonte (MG), além de atuar intensamente na secretaria e de acumular a função de mestre de cerimônias do evento, também foi o auxiliar de pista do juiz Jaime Pérez. O veterinário responsável foi Luciano Gavião, enquanto Airton, Mariana Campbell e Aníbal Felipe encarregaram-se das fotografias. As provas de temperamento e sistema nervoso foram desempenhadas pelo figurante e adestrador profissional Guilherme de Paula Arantes, de Formiga (MG). O CAFIB agradece ainda ao sr. Rafael, representante da Rações Granvita, de Pará de Minas, que patrocinou o evento, e à Associação Protetora dos Animais Patinhas de Anjo, pelo apoio e pela intermediação para o uso do Parque de Exposições Francisco Olivé Diniz, mais conhecido como “Chica”.
A Exposição contou a presença de criadores, expositores e admiradores da raça Fila provenientes das cidades mineiras de Araxá, Belo Horizonte, Campo Belo, Carmo de Minas, Cordisburgo, Formiga, Governador Valadares, Ibirité, Igaratinga, Itanhandu, Nova Serrana, Pará de Minas, Prudente de Moraes e São José da Lapa, enquanto os paulistas vieram de Aparecida, Biritiba Mirim, Descalvado, Guaratinguetá, Porto Ferreira, São Paulo e Vargem Grande Paulista. Destacamos o comparecimento dos amigos mineiros Olegário Bretas Ferreira (Canil São José da Lapa), de Belo Horizonte, Átila Luiz Branquinho Dias (Canil Barão dos Filas), de Três Corações, e Aníbal Souza Felipe da Silva (Canil Filas de Fazenda), de Governador Valadares. Esse jovem Aníbal Felipe, apaixonado pela raça, é Médico Veterinário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária (SEMA), Gestor Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais (SEMAD-MG), Mestre em Medicina Veterinária, Doutor em Ciência Animal, Professor da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e especialista em processamento de sêmen canino e inseminação artificial.
Para a Análise de Fenótipo e Temperamento compareceram 17 cães, dos quais apenas um foi reprovado, por reação desqualificante nas provas de avaliação de temperamento e sistema nervoso. Já a Exposição, recebeu 71 inscrições, mas compareceram em pista 66 exemplares. Os resultados das principais classes foi o seguinte:
MELHOR MACHO: Greco Recanto do Livramento, de Leonardo Monteiro (Cordisburgo, MG);
MELHOR FÊMEA: Cigarra do Portal do Quatro Irmãos, de Ulisses Ferreira Diniz (Prudente de Morais, MG);
MELHOR CABEÇA: Cigarra do Portal do Quatro Irmãos, de Ulisses Ferreira Diniz (Prudente de Moraes, MG);
MELHOR TEMPERAMENTO: Greco Recanto do Livramento, de Leonardo Monteiro (Cordisburgo, MG);
MELHOR TIGRADO (menos de 1 ano): Quimera V Guardiães do Caracu, de Wilson Vilela (Campo Belo, MG);
MELHOR TIGRADO (mais de 1 ano): Vida Guardiães do Caracu, de Marcus Flavio Vilasboas Moreira (Nova Serrana, MG).
É importante registrar alguns trechos de comentários feitos pelo juiz espanhol Jaime Pérez Marhuenda ao fim da Exposição:
“Agradeço o convite recebido do CAFIB, mais concretamente de Airton e de Marquinhos. ... considero mais interessante dirigir meus comentários aos aspectos positivos, que são os construtivos. Causou-me muito boa impressão a expressiva participação das classes Incentivo, com qualidade média acima do habitual, o que constitui inequívoca mensagem de otimismo para o futuro. É sinal de que se está criando, e criando bem. Felizmente, nas cabeças, começam a desaparecer os lábios superiores com profundidade excessiva, que deformam a rima labial. ... Os tigrados, finalmente, estão aparecendo com regularidade nas pistas, e o fazem com cada vez mais qualidade. ... Cumprimento a Diretoria do CAFIB pela iniciativa de criar uma premiação específica para esta pelagem, o que, sem dúvida, estimulou a recuperação da minha cor favorita. ... E, por último, permito-me fazer um comentário negativo ...” (em relação às pessoas que conduzem os cães e que, muitas vezes se comportam de maneira ridiculamente teatral) ... “Não é preciso simular que o animal, durante a prova de temperamento, exerce tanta força que acaba por desequilibrar o condutor porque, ao final, tal simulação pode acabar se tornando realidade em decorrência da postura adotada pelo expositor, levando a desqualificações, ou, o que é pior, a acidentes. Eu posso lhes assegurar que um cão não receberá pontuação mais alta por “ser capaz” de arrastar seu condutor. Segurem seu exemplar com os dois pés no chão, com as duas mãos na guia, com o corpo inclinado para trás, e deixem que o animal reaja.”
O resultado completo desta mostra será brevemente publicado por nossa Diretoria de Divulgação, no site: www.cafibbrasil.com ou www.cafib.org.br. E o próximo evento de nosso Calendário 2018 é a 3ª Análise de Fenótipo e Temperamento do CAFIB e 2ª Exposição do Fila Brasileiro do CAFIB no Uruguai, com os julgamentos a cargo de Mariana Campbell e Jonas Tadeu Iacovantuono. O local, pela terceira vez consecutiva, é o Departamiento de Canelones, próximo à capital, Montevidéu, na aprazível e tradicional propriedade denominada La Chacra Lacrosse, pertencente a Raúl Jude Gurmendes, criador de Filas há mais de 30 anos. E os organizadores da mostra serão, novamente, o sempre entusiasmadíssimo uruguaio Daniel Balsas – titular do Canil Piedras de Afilar, iniciado em 1994 em Canelones, e, como de praxe, auxiliado por toda sua família –, juntamente com seu tradicional parceiro brasileiro Carlos Eduardo “Pipico” Gonçalves – do Canil Borghetto, em Pinheiro Machado, no Rio Grande do Sul.